SIMULACRO DO REI: O RESGATE DA IMAGEM DE ELVIS PRESLEY NA CAMPANHA PUBLICITÁRIA DA C&A

Resumo

Este artigo propõe uma problematização sobre o resgate e a construção da imagem de artistas falecidos como tática de persuasão na publicidade
contemporânea. Um comercial em específico proporcionou a criação de uma hipótese que desafia a acepção de “real” e “falso”: o produto audiovisual, produzido pela agência de publicidade DM9/DDB para a campanha de dia dos namorados da empresa C&A. Nesta peça é apresentado, por meio de um recorte digital, o cantor norte-americano Elvis Presley, “vivo”, em um contexto contemporâneo, como personagem principal da campanha, e que interage com as demais personagens. Partindo do pressuposto de que este comercial é uma simulação, e que a aparição de Elvis caracteriza um simulacro, este artigo arma-se da teoria de simulacro e simulação do sociólogo francês, crítico da cultura de massa e teórico da pós-modernidade, Jean Baudrillard. Munido deste conhecimento, a hipótese que serve como objeto norteador desta reflexão é que o uso da imagem do artista como simulacro oferece um grau maior de credibilidade ao conceito da campanha, algo que não seria alcançado se fosse usado o recurso de um dublê ou cover do artista. Portanto, busca-se interpretar a construção da imagem midiática do cantor norte-americano, fazer a abstração do conceito de simulacro e simulação de Baudrillard, a desconstrução e
análise do vídeo publicitário e a edificação da simulação e do simulacro de acordo com a teorização do sociólogo.